Devido ao fato de a imensa maioria dos pacientes severamente obesos não conseguirem promover mudança definitiva nos seus hábitos alimentares e na prática de atividade física, aliado às alterações nos mecanismos que controlam a distribuição da gordura e o gasto energético, os obesos tendem a recuperar o peso perdido, superando inclusive o peso inicial e se tornando ainda mais obesos. É por essa razão que os tratamentos conservadores à base de dietas e medicamentos não conseguem manter perdas de peso significativas a longo prazo. Isto leva a um fenômeno popularmente conhecido como “efeito sanfona”. Os pacientes com obesidade mórbida devem portanto ser encarados como portadores de uma doença séria, que ameaça a vida, reduz a qualidade de vida e a auto estima, e que requer abordagem eficiente para promover redução do peso de forma definitiva.
Existem várias alternativas terapêuticas que, combinadas, conseguem significativas perdas de peso como as dietas de baixas e muito baixas calorias, a psicoterapia, a terapia comportamental, o exercício físico, e drogas como a sibutramina e o orlistat (plenty, reductil e xenical) que incrementaram o arsenal terapêutico contra a obesidade. Porém quando se trata de obesidade mórbida, essas medidas são fugazes e ineficientes. É por isso que, para indivíduos com obesidade severa, o tratamento cirúrgico é o único que promove acentuada e duradoura perda de peso, reduzindo as taxas de mortalidade e resolvendo, ou pelo menos minimizando, uma série de doenças associadas à obesidade. A Cirurgia Bariátrica (nome utilizado para se definir a cirurgia para obesidade mórbida) é um procedimento médico necessário por ser o único meio cientificamente comprovado para obtenção do controle do peso a longo prazo em indivíduos severamente obesos por restringirem a ingesta e a absorção dos alimentos definitivamente.